Esse blog não é focado em matérias chatas sobre dados técnicos de cameras. Esse foi um dos motivos que me fez parar de ler algumas revistas nacionais, onde a capa era sempre uma foto de uma máquina nova. Quantas câmeras um fotógrafo compra por mês? ou por ano? Honestamente, estou saturado. Meu primeiro professor de fotografia, o Mauro, que tem uma escola super tradicional no edifício maleta falava que usou sua primeira câmera por nada menos que 10 anos. Sim, talvez esse texto seja um desabafo contra o mito do equipamento, do qual fabricantes e revendedores fazem uso para comprarmos sempre o último e mais novo modelo. A câmera é um mero instrumento como já dizia a mestre Annie Leibovitz. Aprender a técnica, o manuseio e ter um sistema confiável é pré-requisito para qualquer fotógrafo, tais recursos só te levam até certo ponto. O que faz um grande fotógrafo é a sua visão, a direção, a capacidade de organizar elementos, o seu olhar, a sua vivência e até mesmo o seu coração. Passado o extase do desabafo, penso que é válido comentar em lançamentos da indústria que abrem novas portas aos fotógrafos de plantão. É o caso da nova Rebel T1i que grava vídeos em HD e sairá como a SLR mais barata com a função de vídeo (USD 699).
A revolução digital da fotografia está convergindo para uma junção de video e fotos e muitos se perguntam se será o fim da imagem congelada? Assim como o negativo colorido suprimiu o p&b e o sensor digital sufocou o filme, será que o video vai matar a camera? A inovadora MediaStorm tem vários projetos de fotojornalismo envolvendo as duas mídias, vale a pena conferir o trabalho de Ed Kashi.
Não me sinto apto a ser o profeta da fotografia, mas a fantástica Susan Sontag já dizia que uma foto tem muito mais peso e sentimento que um video. De acordo com ela a sequencia de imagens vai suprimindo uma após a outra perdendo seu conteúdo no processo.
Preview da T1i.
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