terça-feira, 24 de agosto de 2010

les danseurs volent






Todos sabem que Uma foto vale mais que mil palavras, mas muitas vezes mil palavras não são suficientes para se contar a história de uma imagem. De onde surgiu a idéia? Qual o conceito original? Qual foi a logística da locação? Qual o equipamento utilizado? Qual foi a luz? Quem estava envolvido? O que deu certo? O que deu errado?
A grande verdade é que todo fotográfo carrega no seu interior a verdadeira história de cada clique. Qual era a sua idéia original e qual foi o resultado conseguido, essa equação só tem uma resposta real na cabeça de qualquer artista. Foi pura sorte do acaso ou foi planejado? Bonita ou feia toda foto esconde uma história, muitas vezes, mais interessante que a própria obra.
No ensaio de moda les danseurs volent, inspirado na leveza dos movimento da dança, além dos atrasos habituais, a locação original foi vetada por falta de autorização prévia e uma das estrelas do ensaio (a cama elástica que aluguei) ficou perdida no meio do caminho de Rio Acima e chegou com 3 horas de atraso. Houve alguns momentos que alguém gritaria: ok, vamos cancelar e tentar outro dia, mas para a minha sorte todos foram muito pacientes.
Eu poderia ficar horas discursando sobre o que já deu errado na minha carreira, trust me a lista é longa, mas quero falar do que fazer nos momentos quando tudo parece perdido. Nessas horas só existe uma coisa a fazer: fotografar! e fotografar bem! É nesses momentos que você coloca a prova todas as horas gastas lendo sobre luz, estudando composição e todo o dinheiro gasto em equipamento. Corey Rich uma vez me disse, passamos muito mais tempo conversando sobre fotografia do que realmente clicando. Já que falamos tanto, e com tanto gosto, melhor aproveitar bem as oportunidades que temos de apertar o disparador.
Condições ideais só existem em livros de física, não é possível ter controle sobre tudo e é por isso que planejamos muito antes de sair para clicar.
Como já disse antes, uma boa sessão só acontece com uma equipe igualmente boa, o fotógrafo é um Maestro coordenando talentos, e essa soma de talentos te ajuda a superar os desafios de qualquer trabalho. E que equipe eu descolei dessa vez!
Essa super sessão rolou com duas bailarinas do Ballet Jovem do Palácio das Artes Maria Luiza Figueiroa e Amanda Santana foram fantásticas durante a sessão e super pacientes com os mil imprevistos que enfrentamos para chegar a esse resultado. Quem ainda não viu uma apresentação do Ballet Jovem tem que ir correndo, é fantástico, até para aqueles que acham que não gostam de ballet.
A produção foi da super Ziza, alter ego da produtora de moda Alzira Calhau, que também cedeu seu estiloso apartamento para QG de nossas operações e a makeup, foi de um achado, a talentosa Fairuze Reis, que quando não está coordenando vendas da MAC, trabalha em projetos loucos como Bailarinas Voadoras no meio do mato.
Agradecimentos especiais ao Carlos Hauck, que sempre salva minha pele, Thiago Garcia, amigo do peito pra quem liguei de última hora para dar uma mão e a doce Rachel Grandinetti, que conheci por dois minutos, mas contribuiu em muito na produção!














quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Trash the dress


Trash the dress não é uma tendência como muitos afirmam, é um estilo. Já se consolidou há anos e como todo estilo é copiado e muitas vezes não é realizado em sua essência. Vamos ao básico, de volta as aulinhas de inglês >>
_trash: que significa lixo, daqueles de jogar coisas velhas fora, ou também destruir ou transformar em lixo, aquilo que você faz com as cartas da namorada quando termina um namoro (just kidding!)
_dress: vestido, aquilo que as meninas gastam todo o seu dinheiro, ou melhor, o dinheiro dos seus pais, maridos e amigos e os homens não conseguem entender como quanto menos panos mais dinheiro custa
_the: desista de ler esse blog se você precisa saber essa. dica: THE END! the end pra você que não sabe o que é the
então pela matemática básica da tradução temos trash the dress = destrua seu vestido! Mas é destruir mesmo, sem dó nem piedade, que nem bandido em filme de bang bang (aliás a expressão "filme de bang bang" é ridícula por si só), meu ponto é, nã me venham tirar fotos em uma graminha e chamar de trash the dress, chame the outdoor dress ou nature dress, mas pra ser trash, tem que destruir, ou quase destruir, algo meio irônico ao se pensar que foi sonhado durante anos e todas buscam o vestido perfeito. Mas quem sou eu para questionar essas coisas da vida, quando um casal de bons amigos me convida para uma sessão de fotos sem poses e com água, terra, fogo, ok fogo dessa vessa vez não rolou, mas quem sabe na próxima. Pra minha sorte o casal era belo, formoso, atlético e bem dispostos para minhas idéias e as dele, nunca vi alguém pesquisar tantas fotos para uma sessão como o Fred (o noivo) fez. Fizemos 7 locações num período de 4 horas. Super corrida, mas super divertida. Agradecimentos mor ao meu fiel escudeiro Vitor Rocha, que já me deu uma ajuda em várias sessões e nessa, sem ele, não teria feito metade das fotos.


































ps: Respondendo algumas perguntas que recebi recentemente, sim eu também fotografo casamentos, mas logo de cara aviso aos noivos que minha especialidade não é casamentos (isso não é uma estratégia de marketing, mas acho que acaba funcionando como uma) e que o mais importante é o estilo dos noivos combinar com o estilo do fotógrafo, porque então é só alegria!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Baby do Brasil


Fico me lembrando dos dias dourados, daqueles onde tudo era lindo, a fotografia era um sonho, amava ver e tirar fotos e passava horas pensando como seriam meus trabalhos futuros. Sempre fascinado com o trabalho de fotógrafas como a lendária Annie Leibovitz, ficava imaginando quando seria a minha vez de fotografar famosos nas minhas mais bizarras idéias. Essa é uma das grandes ilusões de todo fotógrafo iniciante (a segunda talvez seria eu tiro fotos excelentes, hehehehehe). A realidade é que na maioria das vezes que você vai ter acesso a algum famoso será curto e estressante, pelo menos nos primeiros anos de carreira. É assim, o tempo deles vale muito e o seu pouco, o resultado dessa equação é sempre muitas horas de espera para poucos minutos, quando não segundos de sessão fotográfica. Desespero e inseguranças a parte, a minha técnica é já saber o que vou clicar, o que quero, que poses e deixar o setup de luz pronto para que possa aproveitar cada segundo. O universo nem sempre está contra suas aspirações, uma grande vantagem em se fotografar "famosos" é que a fama não vem de graça, bom as vezes vem, mas a real é que a maioria deles já sabe como posar ou o que fazer em frente das câmeras o que facilita e muito a sua vidinha de clicador batalhador tentando conseguir um lugar ao sol. A sessão com a Baby não foi muito diferente, um atraso no voo nos deu 5 minutos de luz na praça do Papa, local escolhido pela redação da Ragga para produzir a capa da edição fé! Para a minha sorte a Baby além de alto astral, topa tudo e fez mil poses e caras e os 5 minutos foram mais que suficientes. As outras fotos são de uma igreja pra lá do Barreiro (não sei se o de baixo ou de cima, que pra quem não é de BH é um bairro longe, daqueles muito longe) onde a Baby fez uma apresentação. Engraçado que ontem um cara me abordou e disse: você é fotográfo? E eu: Sou! Como você sabe? Pensei que já estava exalando o ar da profissão, hehehee. E ele: eu te vi na Igreja do Sagrado no Barreiro. É mole? Que memória, acho que vou contratá-lo para gerenciar visualmente meus arquivos.