terça-feira, 25 de maio de 2010

Por trás das lentes


Finalmente saiu a tão esperada Ragga com a entrevista com o Corey Rich. Ok ok, a revista já saiu tem um tempinho, mas só agora consegui compartilhar com vocês meu público querido. Vai ai a entrevista na íntegra e uma foto exclusiva só para o blog.

Tudo começa com uma idéia, nesse caso, através de um e-mail meu ao saber que o fotógrafo internacional de aventura Corey Rich estaria em Belo Horizonte por alguns dias. Para quem não sabe, ou melhor, ainda não sabe, Rich é famoso pelas fotos mais aclamadas da nata da escalada, e de outros esportes de aventura. No seu portfólio tem fotos para clientes como Apple, Nikon, National Geographic, Red Bull, Microsoft, Sandisk, Climbing Magazine e a lista de peso continua...Com uma fera dessas aqui em “bolhorizonte” logo pensei em organizar uma Palestra com fotos, vídeos e histórias de seus mais de 20 anos de estrada. Para a minha, ou melhor a nossa sorte, Corey foi muito receptivo e em alguns dias planejamos uma apresentação com o apoio da Sandisk e da Coordenadoria de Jornalismo da Uni-BH.
A história dele com a fofografia se mistura com a sua segunda paixão: a escalada. Aos 13 anos, após ganhar uma competição de barras e quebrar o récorde da escola, foi apresentado ao esporte e logo sentiu o desejo de mostrar aos amigos o que vivia nos finais de semana. A fotografia foi a solução perfeita e logo de cara ele saiu em busca de tudo relacionado ao assunto. Livros, aulas, visitas.....Corey admite que nos dias de hoje teria largado tudo e ido direto na net para aprender.
O começo, como na maioria das histórias, foi difícil, trabalhando em um jornal local fotografando assuntos do momento como “o bichinho de estimação da semana”. Sua técnica para sobreviver criativamente foi criar projetos paralelos dentro das suas pautas. O seu preferido é o de fotos de pessoas aleatórias cutucando o nariz.
Quando perguntei de seu estilo e o que define suas fotos ele disse que uma resposta simples não é fácil, a busca por algo novo é uma constante no seu trabalho. “Eu sou o meu maior crítico” - admite e diz que escolhe cuidadosamente o que vai mostrar ao mundo, “eu nunca tirei uma foto perfeita, sempre existe algo que pode ser melhorado, algo que faria diferente, nunca estou feliz com as minhas fotos”.
Após tantos anos fotografando, e tendo trabalhado com a elite de vários esportes, Corey surpreende com a sua humildade e simpatia, dizendo se sentir sempre muito sortudo por ter um estilo de vida único - “Conviver com pessoas que são excelentes no que fazem, com tanto foco e dedicação, você respira, sonha e vive aquilo que faz, muitas vezes isso atrapalha a sua vida pessoal, sua vida amorosa, até na financeira. As pessoas que são um sucesso são um pouco melhor, elas trabalham mais, dedicam mais, tem um pouco mais de talento. Me faz recordar o quanto sou comprometido com a fotografia.”
Corey considera seu trabalho uma desculpa para fazer tudo - “me sinto tão confortável fotografando que atualmente a minha filosofia é clique antes, pergunte depois. Eu amo registrar tudo, seja em fotos, videos ou aúdio. É a vida real, eu me perco naquela câmera”.
No ano passado Corey se casou, um dos seus pré-requisitos é que sua futura esposa fosse de uma cultura que aceitasse culturas diferentes, brasil foi a escolha perfeita e foi a visita a familiares que o trouxe a terra do pão de queijo. Um outro objetivo no Brasil é descobrir um local de escalada com muito potencial, para trazer a elite mundial do esporte e fazer uma grande sessão, elevando o nível do país com novas vias, boulders e projetos. Fomos a Conceição do Mato Dentro, um pico clássico da escalada mineira. Passamos dois dias explorando, escalando e é claro fotografando (confira um depoimento dele no site da Ragga).
Esse curto mais intenso contato com alguém que trabalha numa escala mundial foi um marco na minha vida de fotógrafo, que na verdade agora está migrando mais para um artista visual - “a criatividade tem que estar acima de tudo, passo horas pensando em como usar um equipamente de uma forma mais criativa, como fazer algo novo. No fim das contas somos artistas e homens de negócio, me divirto com as duas partes do processo.”





ps: amanha coloco o vídeo que fiz com ele.

Um comentário:

Anônimo disse...

fantástico mr. senna!!!!
fui na Palestra e a entrevista também ficou muito boa.
Bjos
Dani